Após esquema criminoso de falsificação de cartão de vacina se tornar público, Bolsonaro nega ter forjado dados

Bolsonaro chorou durante entrevista à 'Jovem Pan', ao tentar explicar falsificação de cartão de vacina. (Foto: Reprodução)

Após a Polícia Federal ter deflagrado a 'Operação Venire', na manhã desta quarta-feira (3) e cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 15 pessoas, entre elas o tenente-coronel do Exército, Cid Barbosa, que era ajudante de ordens do ex-presidente, Bolsonaro falou com repórteres na frente da casa onde mora, num condomínio de Brasília.

"Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso", disse o ex-presidente. Segundo as investigações, inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, alteraram os cartões de vacinação do ex-presidente, de sua filha de 12 anos, do tenente-coronel Cid, de sua esposa e de seu filho, as alterações foram realizadas para que todos conseguissem entrar livremente nos Estados Unidos durante a pandemia da COVID-19.

Bolsonaro revelou ainda que o cartão de vacinação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, também havia sido fotografado pelos agentes da PF, e que sua filha de 12 anos, também não havia tomado nenhuma dose da vacina. "O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha [...]. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso", disse.

Ao falar sobre a operação da Polícia Federal, Bolsonaro afirmou estar surpreso. "No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar", encerrou a fala aos jornalistas.

Após deixar a sua residência, Bolsonaro seguiu em direção a sede do Partido Liberal (PL), onde se reuniu com advogados e pessoas mais próximas para tentar encontrar a desculpa sobre a falsificação do cartão de vacinação.