Um jovem de 22 anos, gay, está internado em estado grave em um hospital de Florianópolis, em Santa Catarina, após sofrer um estupro coletivo na última segunda-feira (31). Segundo informações divulgadas pela polícia, o jovem foi estuprado por três homens após ter sido abordado pelos criminosos no centro da cidade.
Apesar do caso ter ocorrido na segunda-feira, só foi tornado público neste sábado (5). O caso segue em segredo de Justiça, o que dificulta a apuração de maiores detalhes. Porém, segundo relatos da polícia, a vítima teve diversos objetos cortantes inseridos em seu ânus.
A vítima foi obrigada a escrever palavras homofóbicas, tais como "veado", com o auxílio de objetos cortantes em seu corpo para que ficassem cicatrizes. Após o crime, o jovem foi abandonado em uma rua e encontrado e levado ao hospital em estado grave, onde permanece até o momento.
O caso foi inicialmente acompanhado pela DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, em Florianópolis, mas logo foi repassado aos cuidados da 5ª Delegacia de Polícia da Capital, onde já há providências em andamento.
Para a polícia, a suspeita é de que o jovem tenha sido vítima do crime de ódio contra homossexuais. As Comissões de Direito Homoafetivo e Gênero e do Direito à Vítima da Ordem dos Advogados (OAB) de Santa Catarina, acompanham o andamento do caso.
Em nota, a OAB-SC, repudiou o crime e o classificou como bárbaro e que está diligenciando esforços em conjunto às delegacias especializadas e entidades de proteção à comunidade LGBTQIA+, além de prestar apoio jurídico e atenção aos familiares da vítima.
Veja a nota emitida pela OAB-SC:
"A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Santa Catarina, através das Comissões de Direito Homoafetivo e Gênero e do Direito da Vítima, vêm a público manifestar repúdio ao crime bárbaro cometido na cidade de Florianópolis, contra um jovem gay de 22 anos, que de forma cruel foi torturado, estuprado e tatuado sob coação, com dizeres homofóbicos, permanecendo em estado grave no hospital.
As Comissões informam estar diligenciando esforços, junto às delegacias especializadas e entidades de proteção à comunidade LGBTQI+, na obtenção de informações sobre a apuração da autoria deste horrível crime e no auxílio jurídico e atenção aos familiares da vítima, manifestando, desde já, toda a solidariedade.
É mister reforçar o papel institucional destas Comissões, no sentido de trabalhar com a prevenção dessas violências, amparar as vítimas e buscar a punibilidade dos responsáveis por essa e inúmeras situações similares, que compõem um verdadeiro genocídio da população LGBTQI+, assistido frequente e cotidianamente no Brasil atual."
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