21 janeiro 2021

"É inaceitável furar a fila da vacinação", afirma Dilma Rousseff ao recusar convite de Doria para vacinação de ex-presidentes

Dilma Rousseff defende a aplicação da vacina nos grupos prioritários e que vai aguardar sua vez para ser imunizada contra o coronavírus. (Foto: Roberto Stuckert Filho)

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) recusou o convite do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) para participar de vacinação com ex-presidentes. A ideia do governador é incentivar a campanha de vacinação com a CoronaVAC em seu Estado e no país, mas na visão da ex-presidente o convite de "furar a fila" é inaceitável e que ela aguardará sua vez de ser imunizada.

Dilma afirmou em nota, que agradecia ao convite, mas que devido o momento de escassez de vacinas e por razões éticas e de justiça, se viu no dever de recusar ao convite. "Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros", enfatizou a ex-presidente.

A petista frisou ainda, que o momento é para se seguir o Plano Nacional de Imunização (PNI) e seguir com a imunização dos profissionais da saúde e que estão trabalhando na linha de frente no combate à COVID-19, além dos idosos que estão em abrigos e os demais idosos, por se tratar de um grupo mais exposto aos riscos que a doença pode causar. "Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac", destacou.

Ao concluir a nota, Dilma Rousseff enalteceu o trabalho do SUS, do Butantan e da Fiocruz e dos profissionais da área da saúde. "Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente", afirmou.

Veja abaixo a nota da ex-presidente Dilma Rousseff na íntegra:

Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros. Neste momento, considero imprescíndivel que sejam atendidos, de acordo com o Plano, primeiramente os trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente da luta contra a Covid19, além dos idosos que vivem em asilos e o grupo de idosos brasileiros mais expostos ao risco de adoecer gravemente ou morrer. Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac.

Faço questão de prestar tributo à contribuição do SUS, do Butantan e da Fiocruz, que são tão importantes e estratégicos para a saúde pública no Brasil e para o desenvolvimento das vacinas. Denuncio todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, tentaram destruí-los, seja por restrição de recursos orçamentários, seja por visão preconceituosa, como ficou claro na saída dos médicos cubanos, seja por defender propostas privatistas.

Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Estendo estas homenagens e agradecimentos a todos os que se dedicam a combater esta pandemia que, por desleixo e desuminadade do governo federal, já roubou a vida de mais de 210 mil pessoas e está matando brasileiros até mesmo por falta de oxigênio. Por fim, reconheço e saúdo a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês, que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso país. É uma vitória da cooperação entre os povos e da ciência e uma derrota do negacionismo.


Dilma Rousseff

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