Entrada dos migrantes só foi possível após um acordo entre cinco países europeus. (Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters) |
O navio humanitário "Aquarius" chegou nesta quarta-feira (15) ao porto de Valletta, em Malta, após o acordo entre cinco governos europeus que permitiu a entrada da embarcação que resgatou 141 migrantes na sexta-feira passada em águas internacionais próximas da Líbia.
O "Aquarius", das ONGs SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF), entrou no porto de Malta por volta das 14h locais (9h, pelo horário de Brasília), depois de ter passado vários dias no mar pela recusa dos países europeus de aceitar sua presença.
O exército de Malta foi mobilizado para ajudar no desembarque dos migrantes, a maioria procedentes da Somália e Eritreia, que devem passar por exames médicos.
No grupo de migrantes resgatados, metade é de menores de idade e mais de um terço é de mulheres.
Aloys Vimard, coordenador da MSF a bordo do "Aquarius", afirmou que os resgatados estão "exaustos, afetados pela viagem e sua passagem pela Líbia".
Dois meses depois de ficar no centro de uma grande crise diplomática, o "Aquarius" navegou por vários dias no Mediterrâneo.
Acordo de países
Depois que a Itália, e também Malta em um primeiro momento, impediram a entrada da embarcação humanitária, o navio finalmente recebeu autorização para atracar em Valetta após um acordo entre cinco países da União Europeia (UE): França, Alemanha, Espanha, Portugal e Luxemburgo.
Os cinco países receberam os 141 migrantes do "Aquarius" e outros 114 que chegaram desde segunda-feira no território maltês.
A Espanha, que recebeu o navio em junho no porto de Valencia, abrigará 60 migrantes da embarcação, mesmo número que a França. A Alemanha se comprometeu a aceitar "até 50", enquanto Portugal receberá 30 pessoas.
Resposta coordenada
A SOS Méditerranée celebrou no Twitter o acordo entre os governos europeus para "compartilhar as responsabilidades com uma resposta coordenada".
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, também comemorou o fim do impasse do Aquarius", mas afirmou que "esta situação nunca deveria ter chegado a este ponto".
"É falso, perigoso e imoral deixar que navios de resgate naveguem pelo Mediterrâneo, enquanto os governos competem para não assumir suas responsabilidades", disse Grandi.
Odisseia
Em junho passado, após a recusa de Malta e da Itália, o "Aquarius" viveu uma odisseia com mais de 600 pessoas a bordo, quando navegou por mais de uma semana pelo Mediterrâneo até atracar em Valencia.
Os líderes da UE se reuniram em 24 de junho em Bruxelas, mas não alcançaram um acordo com os partidários de uma política de fechamento das fronteiras, como o governo italiano e os integrantes do grupo del Visegrado (Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Polônia).
Por: France Presse
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