27 julho 2018

Juros do cartão de crédito e cheque especial caem em junho e no 1º semestre, mas seguem próximos de 300% ao ano



Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras no cheque especial e no cartão de crédito rotativo registraram queda em junho e também no primeiro semestre, mas ainda estão próximos da marca dos 300% ao ano, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).

  • A taxa média do cheque especial, de acordo com a instituição, passou de 311,9%, em maio, para 304,9% ao ano em junho (a menor desde março de 2016), uma queda de sete pontos percentuais. No primeiro semestre, o juro recuou 18,1 pontos percentuais, pois estava em 323% ao ano no fim de 2017.
  • Já o juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas recuou de 303,6% ao ano, em maio, para 291,9% ao ano em junho (a mais baixa desde setembro de 2014) - uma queda de 11,7 pontos percentuais. Na parcial do ano, a taxa caiu 40,2 pontos percentuais, pois somou 332,1% ao ano no fechamento do ano passado.

Apesar da redução nos últimos meses, essas taxas ainda seguem elevadas na comparação com outras linhas de crédito. A recomendação de economistas é que os clientes bancários não usem essas modalidades, ou que as utilizem por um período de tempo muito limitado.

A redução das taxas cobradas nessas modalidades de crédito acontece em um cenário de estabilidade da taxa básica da economia, a Selic, que hoje está na mínima histórica de 6,5% ao ano. Essa estabilidade acontece desde março. Antes disso, a taxa havia recuado 12 vezes seguidas.

No ano passado, o governo chegou a anunciar medidas para reduzir os juros do rotativo do cartão de crédito, que estão recuando nos últimos meses. Recentemente, a federação que representa os bancos no país anunciou novas regras para uso do cheque especial, mas elas só entraram em vigor em julho.

Inadimplência de pessoa física é a menor da série

O Banco Central também informou que houve queda da inadimplência nas operações com recursos livres para pessoas físicas, que somou 4,99% em junho, contra 5,04% em maio. O patamar de junho é o menor da série histórica, que começa em março de 2011.

"A recessão acabou no fim de 2016. O que se espera que é ocorra um aumento da inadimplência durante a recessão e que isso se reduza ao fim da recessão. Esse crescimento da economia também se traduz em geração de empregos", avaliou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Já a taxa média geral de inadimplência (pessoas físicas e jurídicas) passou de 4,6% em maio para 4,4% em junho. No fim do ano passado, estava em 4,9%. No caso das empresas, a taxa de inadimplência passou de 4,1% para 3,8%, nesta comparação (no semestre, caiu 0,7 ponto percentual).

Juros bancários médios

Os números do BC mostram também que houve queda nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) em junho e no primeiro semestre deste ano.

A taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 39,2% ao ano em maio para 38,5% ao ano em junho. No ano, ela recuou 1,8 ponto percentual, pois somava 40,3% ao ano no fechamento de 2017.

  • os juros nas operações com pessoas físicas caíram de 53,8% ao ano, em maio, para 53,2% ao ano, em junho; no primeiro semestre a taxa caiu 1,8 ponto percentual, pois estava em 55% ao ano no fim do ano passado.
  • a taxa cobrada das empresas recuou de 20,6% ao ano em maio para 21,2% ao ano na mesma comparação, e no primeiro semestre recuou 1,4 ponto percentual (pois totalizou 21,6% ao ano no fechamento de 2017).

Spread bancário recua

Como os juros bancários médios recuaram, o chamado "spread bancário" (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) caiu no mês passado e, também, no acumulado de 2018.

No caso das operações com pessoas físicas, o "spread" recuou 1,7 ponto percentual em junho, para 43,5 pontos. No ano, o indicador caiu 2,6 pontos percentuais, pois somava 46,5 pontos percentuais no fim de 2017. Mesmo assim, esse índice ainda é elevado quando comparado à média praticada pelos bancos em outros países.

O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros. No ano passado, o lucro dos maiores bancos cresceu 14,6%.

Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários - Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 76% dos depósitos.

Recentemente, a instituição informou que a chamada "margem financeira" dos bancos, ou seja, seu lucro, representou 14,04% do custo do crédito em 2017. Nesse estudo, houve mudança da metodologia empregada no cálculo. Pelo formato anterior, o lucro dos bancos representava cerca de 23% do custo do crédito.




*Por: Alexandro Martello, G1, Brasília

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