Dando continuidade a prática de rachadinha da família, o vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro (Republicanos) teria desviado R$ 2,014 milhões em créditos provenientes das contas de seis servidores nomeados por ele na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
De acordo com laudo elaborado pela equipe do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio (MP-RJ), o esquema de rachadinha era capitaneado pelo chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, desde 2018.
As investigações da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, revela que a movimentação financeira é a prova mais consistente. Segundo o levantamento, autorizado pela Justiça fluminense, Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas do filho “zero dois”, conhecido por Carluxo nas redes sociais. Investigações complementares do Laboratório de Lavagem, busca revelar se os pagamentos foram eventuais ou regulares.
Caso fique comprovado que os pagamentos eram regulares, ficará provado que Carlos se beneficiou diretamente do desvio dos salários de seus servidores. Ao todo, 27 pessoas e cinco empresas ligadas a Carlos Bolsonaro, foram investigadas pelo Laboratório de Lavagem do MP-RJ.
As investigações contra o suposto esquema de rachadinha do vereador Carlos Bolsonaro, teve início em 2019, após uma reportagem revista “Época”, ter revelado que sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do ex-presidente e sua madrasta, foram empregados no gabinete de Carlos, mas não compareciam ao trabalho.
Em setembro de 2021, "funcionários" admitiram que não trabalhavam no gabinete de Carlos na Câmara do Rio, mesmo tendo sido nomeados e com os salários em dia. Um dos casos é o da professora de educação infantil Marta Valle, que é cunhada de Ana Cristina Valle e que mora em Juiz de Fora, em Minas Gerais, afirmou nunca ter trabalhado no gabinete de Carlos Bolsonaro, apesar de seu nome constar como funcionária do vereador entre novembro de 2001 e março de 2009.
Marta, segundo investigações, tinha um salário R$ 9,6 mil, que chegava aos R$ 17 mil com auxílios incorporados aos vencimentos. As investigações apontam ainda, que entre junho de 2005 e março de 2009, Marta teria realizado um total de R$ 364 mil em saques com cartão logo após receber os seus proventos.
Carlos Bolsonaro sofre outras investigações, o filho de Bolsonaro é investigado na 8ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital em procedimento para apurar eventual improbidade administrativa pelos mesmos motivos.
Veja abaixo os valores recebidos pelo chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro entre 2009 e 2018 dos funcionários lotados na Câmara de Vereadores do Rio:
- Juciara da Conceição Raimundo (R$ 647 mil, em 219 lançamentos);
- Andrea Cristina da Cruz Martins (R$ 101 mil, em 11 lançamentos);
- Regina Célia Sobral Fernandes (R$ 814 mil, 304 lançamentos);
- Alexander Florindo Batista Júnior (R$ 212 mil, em 53 lançamentos);
- Thiago Medeiros da Silva (R$ 52 mil, em 18 lançamentos) e;
- Norma Rosa Fernandes Freitas (R$ 185 mil, em 83 lançamentos).
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