Em um dia histórico, o Instituto Butantan anunciou nesta sexta-feira (26) a chegada da primeira vacina contra a COVID-19, totalmente desenvolvida pelos cientistas do Butantan e que poderá ter a sua aplicação na população brasileira ainda em 2021.
A ButanVac, será desenvolvida integralmente no Brasil, sem a dependência de insumos importados como ocorre atualmente com a CoronaVac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac e que tem o seu IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) importado da China. Com a produção da ButanVac pela fábrica de Influenza do Butantan o insumo necessário para a sua produção virá da tecnologia de vacina inativada com base em ovo, como ocorre com a vacina da gripe.
De acordo com o Butantan, a tecnologia utilizada na ButanVac é a de um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor no imunizante é o da Doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por esta razão, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utilizado na vacina da gripe. Em contraste com o vírus da influenza, o vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, sendo uma alternativa muito segura na produção. Coma a produção do vírus é inativado para a formulação, o processo facilita a sua estabilidade, deixando a vacina ainda mais segura.
Um pedido para iniciar as fases 1 e 2 de testes em 1.800 voluntários, já foi encaminhado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e aguarda a liberação. Com a autorização, o Instituto Butantan começará os testes em abril. A fase 3 dos estudos, a última que apresentará sua eficácia e segurança, será aplicada em 9 mil voluntários, seguindo os mais altos padrões internacionais éticos e de qualidade. Os resultados vão determinar se a vacina é segura e tem resposta imune capaz de prevenir a COVID-19.
A ButanVac faz parte de um consórcio internacional em que o Butantan é o principal produtor, com 85% da capacidade total de produção, e tem o compromisso de fornecer a vacina ao Brasil e a países de baixa e média renda. A expectativa é que 40 milhões de doses da vacina 100% brasileira sejam entregues até o final do ano.
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