Sebastián Piñera, o presidente do Chile, anunciou nesta quarta-feira (30) que o país não vai ser sede da COP 25, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), e nem a reunião de cúpula da Apec, bloco econômico dos países do Oceano Pacífico.
A Conferência do Clima da ONU discute mudanças climáticas no mundo e como as nações podem trabalhar para reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, que provocam a elevação da temperatura no planeta.
"Nosso governo, com muito pesar, decidiu não realizar a cúpula da Apec em novembro, nem a cúpula da COP 25. Sentimos e lamentamos profundamente os problemas e inconvenientes que essa decisão significará para a Apec e a COP", disse o presidente.
A COP 25 estava agendada para acontecer entre os dias 2 e 13 de dezembro, em Santiago. O governo vai dar prioridade às manifestações que têm acontecido há semanas no país.
Em nota, a secretária-executiva da Conferência do Clima, Patricia Espinosa, informou que está procurando outros locais para sediar o evento.
A ONU está buscando outro país para receber a conferência, de acordo com o porta-voz da entidade, Farhan Haq.
Diferentes opções “estão sendo exploradas”, segundo ele.
Piñera conversou por telefone com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres para informar da desistência do Chile.
Libertadores
No anúncio desta quarta, Piñera não comentou sobre a final da Copa Libertadores, entre Flamengo e River Plate, prevista para ser realizada em 23 de novembro no Estádio Nacional de Santiago. Por enquanto, oficialmente, o local e a data seguem de pé. Reportagem do Globoesporte.com, no entanto, informa que a confederação sul-americana Conmebol discute internamente mudar a sede para outro local.
30 pesos
As manifestações no Chile começaram quando o governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a R$ 0,17. No dia 19 de outubro, foi decretado estado de emergência, e o exército foi às ruas.
O presidente suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos prosseguiram desde então.
Números oficiais
Órgãos oficiais do governo chileno confirmaram nesta terça-feira um balanço de mortes, feridos e denúncias de tortura entre 19 e 27 de outubro – período de nove dias em que durou o estado de emergência decretado pelo presidente Sebastián Piñera. Veja os números abaixo.
- Mortos: 20 – desses, 10 morreram em 21 de outubro
- Policiais feridos: 745
- Civis feridos: 473
- Queixas de mortes praticadas por forças de segurança: 5
- Queixas de tortura: 54
- Queixas de violência sexual: 18
O Chile receberá uma missão de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), liderados por Michelle Bachelet – ex-presidente chilena e atual alta comissária de Direitos Humanos da entidade. A visita estava marcada para esta quarta-feira, mas o grupo adiou a operação.
Brasil também desistiu
No ano passado, o Brasil desistiu de sediar Conferência do Clima da ONU devido a restrições orçamentárias. A decisão ocorreu ainda durante o governo Michel Temer, mas já na transição de governo para o mandato de Jair Bolsonaro que disse, na ocasião, que recomendou que o encontro não fosse realizado no país.
*Por: G1
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