30 outubro 2019

Moro pede que PGR investigue citação a Bolsonaro e aponta ''equívocos''

Agora ministro da Justiça de Bolsonaro, ex-juiz Sergio Moro fala em 'equívoco' associar o chefe em assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. (Foto: Evaristo Sá/AFP)
Em ofício enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, solicita que o Ministério Público Federal (MPF) abra inquérito para apurar a citação ao presidente Jair Bolsonaro por uma testemunha do caso da ex-vereadora Marielle Franco, morta no ano passado, no Rio de Janeiro.

No documento, Moro destaca que Bolsonaro estava em Brasília no dia em que um porteiro do condomínio afirma que o acusado Élcio de Queiroz esteve no Condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente tem casa. A testemunha afirma que Élcio afirmou que iria para a casa de número 58, que pertence a Jair Bolsonaro. 

"A própria reportagem esclarece, porém, que, na referida data, o Exmo. Sr Presidente da República, então deputado federal, estava em Brasília, tendo registrado a sua presença em duas votações no Plenário da Câmara dos Deputados, com o que não poderia ter sido visitado na mesma data no Rio de Janeiro por referida pessoa", aponta Moro.

O ministro destaca ainda que as contradições podem representar tentativa de envolvimento do nome do presidente no caso. "A inconsistência sugere possível equívoco na investigação conduzida no Rio de Janeiro ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa, neste último caso tendo por vítima o Presidente da República, o que determina a competência da Justiça Federal e, por conseguinte, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. É ainda possível que o depoente em questão tenha simplesmente se equivocado ou sido utilizado inconscientemente por terceiros para essas finalidades", completa Sérgio Moro.

Arquivamento

Na peça enviada ao procurador Augusto Aras, Sérgio Moro diz ter a informação que representação do mesmo teor já havia sido enviada ao MPF e foi arquivada. O ministro não se aprofunda nesta questão e destaca que a abertura de inquérito é importante para permitir atuação da Polícia Federal nas investigações.

"Esclareço que endereço a presente solicitação à V.Ex.ª para viabilizar a atuação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no caso e diante da informação de que representação, com o relato acima dos fatos, teria sido encaminhada à Procuradoria Geral da República, sendo, posteriormente, arquivada", completa Moro.



*Por: Renato Souza do Correio Braziliense

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