Acordo cria a maior área de comércio livre do mundo. (Foto: Ernesto Araújo/Veja.com) |
Depois de duas décadas de negociações, o Mercosul e a União Europeia fecharam, nesta sexta-feira (28), um acordo comercial.
O maior acordo comercial da história. Assim anunciaram os representantes dos 28 países da Europa e os quatro do outro lado do Atlântico: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Juntos, União Europeia e Mercosul representam um mercado de quase 800 milhões de consumidores. Os dois blocos somam um quarto do Produto Interno Bruto mundial – o conjunto de todos os bens e serviços produzidos em um determinado período: US$ 17 trilhões. E a expectativa a partir do acordo é que, em 15 anos, aumente o PIB brasileiro em US$ 125 bilhões.
O presidente Jair Bolsonaro comemorou em rede social o tão esperado acordo.
Os países do Mercosul exportam para os europeus principalmente produtos agrícolas. Os países da União Europeia exportam para cá produtos industriais como os farmacêuticos, veículos e autopeças.
O acordo criou a maior área de livre comércio do mundo. Mais de 90% das exportações do Mercosul para a União Europeia terão as tarifas zeradas em até 10 anos, de acordo com o Itamaraty.
O que mais interessa ao Brasil, produtos agrícolas, terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja, frutas e café solúvel, segundo os ministérios da Economia e das Relações Exteriores. Os exportadores brasileiros terão maior acesso, por meio de cotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros.
As empresas brasileiras terão eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. Outro benefício será o reconhecimento de produtos brasileiros diferenciados como cachaças, queijos, vinhos e cafés.
Em Bruxelas, onde acompanharam toda a negociação nos últimos dias, os representantes do Brasil destacaram que o país vai se posicionar melhor no mercado internacional
“O Brasil, dentre as 15 maiores economias do mundo, é o que tem a menor proporção, menor fatia do seu Produto Interno Bruto, como representado pelo comércio exterior. Então, aqui, um dos efeitos que nós esperamos é um aumento significativo da corrente de comércio. O comércio exterior vai ficar mais importante para o Brasil”, disse o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Prado Troyjo.
“Muitas coisas nós ganhamos em volume e outras, nós ganhamos em tarifas. Entra cota zero em muitos casos. Outros, diminuíram-se as tarifas existente”, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Foram 20 anos de negociações, que atravessaram governos, crises econômicas. No meio do caminho, as conversas chegaram a ser suspensas. Uma vez assinado, o acordo ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos de todos os países. Por isso, deve ser totalmente implementado em dois anos.
O texto com o detalhamento do acordo vai ser divulgado no fim de semana.
*Por: G1/Jornal Nacional
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