Adolescente suspeito de participar no planejamento do massacre na escola Raul Brasil, foi apreendido pela polícia em Suzano. (Foto: Felipe Rau/Estadão) |
A Justiça determinou a apreensão na manhã desta terça-feira, 19, do adolescente de 17 anos suspeito de ajudar a planejar o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. O rapaz foi levado pelos policiais ao Instituto Médico Legal e apresentado ao Fórum da cidade, onde prestou depoimento em audiência acompanhado de advogado. Agora, deve ser encaminhado a uma unidade da Fundação Casa.
A decisão é da juíza Erica Marcelina da Cruz, da Vara de Infância e Juventude de Suzano. Ela atendeu pedido de internação provisória feito ainda na segunda-feira, 18, pelo promotor Rafael do Val, responsável pelo caso, após os investigadores apresentarem novas provas contra o adolescente.
"Não podemos revelar o conteúdo das provas contra o adolescente por conta do segredo de Justiça, mas posso garantir que foram apresentadas novas provas contundentes da participação do menor no planejamento do ato", afirmou Rafael do Val.
O jovem foi levado ao Instituto Médico Legal e depois foi encaminhado ao Fórum de Suzano. Ele foi ouvido em uma audiência de apresentação, que começou por volta de 10h45 da manhã e terminou por volta de 13h. A audiência foi acompanhada pelo Ministério Público e também pelo criminalista Marcelo Feller, advogado do jovem.
O pedido de internação provisória foi de 45 dias, praxe em casos envolvendo menores de idade. Ele deve ser levado para uma unidade da Fundação Casa. Neste período, a Justiça deverá analisar o processo e determinar a pena ao adolescente, que pode ser a internação, semiliberdade, liberdade assistida ou prestação de serviços à comunidade. Se o caso não for concluído nos próximos 45 dias, o rapaz será solto.
A polícia já havia pedido a apreensão do jovem, mas na sexta, 15, ele foi ouvido no Fórum de Suzano e liberado após o Ministério Público não acatar o pedido da polícia por falta de provas. Durante depoimento, o adolescente questionou a acusação da polícia e negou envolvimento no crime. No mesmo dia, a polícia fez uma operação de busca e apreensão na casa do rapaz, onde foram levados documentos e aparelhos celulares.
Na segunda-feira, 18, aconteceu uma reunião entre Ministério Público e polícia para análise das provas coletadas. Segundo a Polícia Civil, a participação do novo suspeito teria ocorrido na fase de preparação. Ele é ex-aluno da Raul Brasil e colega de classe de G.T.M., jovem da mesma idade que supostamente liderou o ataque.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), até o momento, 31 testemunhas foram ouvidas, podendo ser chamadas novamente para prestarem depoimento ao longo das investigações.
O ataque deixou 10 mortos e 11 feridos nesta quarta, 13. Cinco das vítimas eram estudantes da Raul Brasil e outras duas eram funcionárias da instituição.
*Por: Paulo Roberto Netto e Paula Felix do Estadão
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