12 agosto 2018

Mulher atingida por bala perdida dentro de hospital no RJ passa por primeira cirurgia

Marca da bala na janela do hospital. (Foto: Arquivo pessoal)
A mulher de 61 anos que foi atingida por uma bala perdida dentro de um hospital Niterói, na Região Metropolitana do Rio, está lúcida e tem estado de saúde estável. De acordo com o filho dela, ela passou por uma primeira cirurgia e, neste domingo (12), acordou bem, está falando, mas continua no CTI em observação.


A bala que a atingiu continua alojada no rosto. De acordo com os médicos, o tiro atingiu uma parte embaixo do olho dela, que é uma região delicada, com muitos vasos sanguíneos.

Na segunda-feira (13), ela passará por uma avaliação com um oftalmologista para saber se a bala atingiu algum nervo e se corre o risco de perder a visão.

A paciente estava internada na unidade particular há 18 dias para fazer uma cirurgia de vesícula.

"Ontem [sexta-feira (10)] teve muito tiro, barulho de baile, fogos, tudo misturado. De repente, um estouro bem forte, cada vez mais perto e eu fui para o corredor do hospital. A nossa janela do quarto é virada para o morro. Quando eu chego no corredor do hospital, tinha uma moça sentada no chão chorando. Eu perguntei para ela o que aconteceu, abaixei, abracei ela e ela só falava: ‘minha mãe, minha mãe, minha mãe!’. Chamei a enfermeira para ver o que tinha acontecido e a mãe dela estava com um tiro no olho”, disse uma paciente que estava no quarto ao lado da mulher que foi baleada.

A Polícia Militar informou que homens do 12º BPM (Niterói) realizaram uma operação na comunidade Souza Soares, que fica próxima do hospital, na madrugada.

A bala entrou por baixo do olho direito, ficou alojada na parte de trás da cabeça e ainda não foi retirada, pois os médicos estão fazendo exames específicos, já que há muitos coágulos na região.

Segundo o filho da vítima, apesar de estar lúcida, a mãe ainda não tem noção do que aconteceu. "Minha irmã, que estava com ela no quarto, ao ouvir o tiroteio levantou e foi para a janela. Aí, minha mãe pediu pra que ela saísse da janela e se abaixasse. Quando minha irmã se virou, minha mãe estava ferida. Ela foi socorrida prontamente e agora estamos aguardando para ver o que vai acontecer", disse o filho que ao chegar ao hospital às 6h, encontrou policiais periciando o quarto.

A vítima é auxiliar de serviços gerais em uma queijaria em Maricá, onde mora. O filho, que mora no Fonseca, em Niterói, disse que está recebendo todo o apoio dos médicos e que não vai entrar com processo contra o hospital.

"Se fizer alguma coisa vai ser contra o estado. A gente não tem segurança mais em lugar nenhum. Como vou votar em alguém se não tenho certeza de que vou acabar vivo? O estado tinha de garantir a nossa segurança. É revoltante", disse o filho que não pretende transferir a mãe de hospital.

O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí), que vai apurar de onde partiu o tiro que atingiu a paciente dentro do hospital.

O empresário Lucas Almeida, de 21 anos, contou que estava em um quarto no segundo andar com a mulher e a filha, que acabou de nascer, quando escutou o tiroteio.

"Primeiro foram os fogos. Muitos fogos por volta de 1h da madrugada. Depois começaram os tiros, muito tiro até uma 3 horas mais ou menos. Foi uma correria para socorrer a mulher baleada. Muita gente saiu dos quartos e ficou abaixada nos corredores. Fiquei no quarto com minha mulher e minha filha, mas foi assustador", contou o empresário.




*Por: GloboNews 

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