18 junho 2018

Cunhado do rei da Espanha é preso após condenação por corrupção

Iñaki Urdangarin foi condenado a quase 6 anos de prisão por envolvimento em caso de corrupção. (Foto: Joan Llado, File/AP Photo)
Iñaki Urdangarin, cunhado do rei da Espanha que foi condenado a quase seis anos de detenção por corrupção, foi levado nesta segunda-feira (18) para a prisão, o que encerra uma saga que chegou a desestabilizar a monarquia.

O marido da infanta Cristina de Borbón, irmã do rei Felipe VI, entrou na penitenciária de Brieva, a 108 km de Madrid, pouco depois das 8h locais.

Urdangarin, medalhista olímpico de handebol, 50 anos, é o único homem nesta prisão para mulheres, com capacidade para 162 detentos.

Ele ocupará um módulo individual nesta prisão, que ele escolheu, como é habitual em casos de condenados que recebem a pena quando estão em liberdade.

A prisão de Urdangarin encerra uma saga iniciada em 2010, em plena crise econômica, quando foram revelados os primeiros detalhes de um caso que abalou consideravelmente a percepção pública da monarquia espanhola e contribuiu para que o rei Juan Carlos I abdicasse em nome do filho, Felipe, em junho de 2014.

O monarca, no entanto, evitará boa parte da atenção da imprensa nesta segunda-feira, já que ao lado da esposa, a rainha Letizia, está em uma visita aos Estados Unidos, onde será recebido na terça-feira pelo presidente Donald Trump.

Longa queda

Urdangarin tinha até esta segunda-feira para se apresentar e ser preso, depois de ter sido condenado na terça-feira da semana passada a 5 anos e 10 meses de prisão pelo Tribunal Supremo.

Urdangarin foi considerado culpado de desviar em benefício próprio, ao lado de seu sócio Diego Torres, milhões de euros doados por organismos públicos ao Instituto Nóos, uma fundação sem fins lucrativos que ele presidia.

Os fatos aconteceram entre 2004 e 2006 principalmente nas ilhas Baleares. Ele foi condenado por "delitos de prevaricação contínua e malversação, tráfico de influência, fraude à Administração e dois delitos fiscais", de acordo com o tribunal.

A pena de prisão do Supremo, em segunda instância, representou uma leve redução a respeito da condenação pronunciada inicialmente em fevereiro de 2017: seis anos e três meses de prisão, além de multa de 512.000 euros.

Em tese, o cunhado do rei Felipe pode, apesar de estar preso, apresentar um recurso ao Tribunal Constitucional, alegando que seus direitos foram violados no processo.

Ao lado de Urdangarin foram condenados no mesmo caso o seu sócio Diego Torres, cuja pena foi reduzida pelo Supremo a 5 anos e 8 meses, e Jaume Matas (3 anos e 8 meses), ex-presidente regional das ilhas Baleares.

Infanta Cristina absolvida

A infanta Cristina se tornou durante o processo o primeiro membro da atual família real a sentar no banco dos réus, por supostos crimes contra a Fazenda, mas foi absolvida.

O Tribunal Supremo, no entanto, confirmou sua responsabilidade civil como beneficiária dos lucros obtidos por seu marido e determinou uma multa de 136.950 euros (inferior aos 265.000 euros em primeira instância), uma quantia que ela já restituiu. Durante todo o processo, Cristina negou ter conhecimento das atividades do marido e afirmou que confiava nele.

Com o escândalo, no fim de 2011, ainda sob o reinado de Juan Carlos I, Iñaki Urdangarin e a infanta Cristina foram afastados dos atos oficiais da Casa Real. Mais tarde foram despojados do título de duques de Palma de Mallorca.

Urdangarin e a infanta Cristina viviam desde 2013 em Genebra com os quatro filhos.





*Por: France Presse

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