30 junho 2018

Alemanha se prepara para reforçar controle dos imigrantes

Merkel propôs que os imigrantes que chegarem à Alemanha sejam recebidos sob condições mais rígidas. (Foto: Michael Kappeler/dpa via AP)
A chanceler alemã, Angela Merkel, propôs neste sábado (30) a seus parceiros de coalizão uma série de medidas para reforçar o controle dos fluxos migratórios no país, na véspera de uma reunião crucial para a sobrevivência de seu governo.

Enfraquecida pela revolta dos conservadores do partido CSU, da região da Bavária, Merkel propõe que os migrantes que chegam à Alemanha e que foram registrados em outro país da União Europeia (UE), sejam recebidos em centros de acolhimento especiais e sob condições mais rígidas. A sugestão consta de um texto de oito páginas transmitido neste sábado aos membros do CSU e do Partido Social-Democrata (SPD), ambos aliados da legenda de Merkel, a CDU.

A proposta parece ser um gesto em direção dos conservadores da Bavária, e deve particularmente agradar o ministro do Interior, Horst Seehofer, que lançou um ultimato para que Merkel encontrasse uma solução para os fluxos migratórios. O ministro ameaça ordenar o bloqueio de migrantes que já foram registrados em outro país europeu.

O conjunto dessas medidas será examinado no domingo (1°) pela CDU e a CSU, duas formações aliadas desde 1949, mas que estão à beira da separação devido ao debate sobre os migrantes.

14 países da UE se engajam à Alemanha

Merkel teria apoio de ao menos 14 Estados-membros da UE, entre eles, a França. Eles se dizem dispostos a assinar acordos com Berlim para se responsabilizar por refugiados que chegarem à Alemanha e que já forem registrados em outra nação do bloco.

Compromissos distintos teriam sido encontrados com a Grécia e a Espanha que, junto com a Itália, são os países que mais sofrem com a chegada em massa de migrantes à UE.

No documento enviado aos conservadores da CSU neste sábado, consultado por agências de notícias, fazem parte dos países dispostos a apoiar a Alemanha: França, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Lituânia, Letônia, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suécia, além de três países do leste que foram extremamente críticos à política de acolhimento da chanceler alemã: Hungria, Polônia e República Tcheca.

No entanto, em Budapeste, um porta-voz do governo húngaro negou que Viktor Orban tenha negociado com a Alemanha.

O chamado Regulamento de Dublin, que trata das questões dos refugiados na União Europeia, estabelece que os migrantes que quiserem fazer um pedido de asilo no bloco devem realizá-lo na nação onde chegaram. Mas a regra passou a ser desobedecida na Alemanha, quando Merkel resolveu abrir as portas do país.

Na madrugada de sexta-feira (29), Merkel e outros dirigentes da UE adotaram um acordo sobre a divisão do recebimento de refugiados que é alvo de duras críticas de Ongs de Direitos Humanos. Entre as medidas polêmicas, o pacto propõe a criação de "plataformas de desembarque" fora da UE para dissuadir os imigrantes de cruzar o Mediterrâneo.

Imagem de "união e eficácia" da UE

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu neste sábado (30) a "imagem de união e eficácia" que a Europa mostrou após o acordo concluído sobre os imigrantes.

Ao receber os primeiros-ministros tcheco, Andrej Babis, e eslovaco, Peter Pellegrini, no Palácio do Eliseu, o chefe de Estado da França declarou que "nesses tempos confusos, temos que encontrar uma imagem de união, de eficácia, dentro do respeito de nossos valores e de nossas histórias comuns".

"Foi essa imagem que oferecemos ontem, qualquer que fosse a duração da noite, no Conselho europeu, encontrando soluções europeias, particularmente sobre a questão migratória", acrescentou.




*Por: RFI

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